O mais provável é que seja ferro, como no centro da Terra - mas com uma diferença: o núcleo lunar é proporcionalmente bem menor, correspondendo a apenas 2% da massa do satélite. (Para ter uma idéia, o do nosso planeta equivale a 30%.) Claro que nenhuma sonda perfurou a Lua para nos trazer essa informação lá do fundo. "São os dados sobre o seu campo gravitacional que nos dão 90% de certeza de que seu núcleo é formado por um metal denso. No caso, ferro puro ou misturado com enxofre", diz o geofísico Lon Hood, da Universidade do Arizona, Estados Unidos, responsável por algumas das mais recentes investigações sobre o assunto para a Nasa. Mas para que serviria vasculhar o centro da Lua? Simplesmente para solucionar um mistério astronômico bem maior: a própria origem do nosso satélite.
Se ele tivesse nascido junto com a Terra - da mesma nuvem de matéria, como reza uma das teorias sobre o assunto -, seus núcleos deveriam ter a mesma proporção de ferro. Mas já descobrimos que isso não acontece. Assim, fica reforçada outra tese: a de que a Lua surgiu de estilhaços da Terra. Nosso planeta teria sido atingido em cheio por um objeto maior do que Marte (!), há cerca de quatro bilhões de anos. A gigantesca nuvem de poeira levantada pelo desastre teria se aglutinado, formando o satélite. Como o grosso desse pó seria das partes mais superficiais da Terra, que contêm pouco ferro, ficaria esclarecida a razão de a Lua ser tão pobre nesse metal.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Existe diferença entre um litro de água quente e um litro de água fria?
Existe, sim. Para encher até a boca uma garrafa de 1 litro com água quente, você vai usar uma quantidade de líquido menor do que se fizesse a mesma coisa com água fria. É que o líquido aquecido é menos denso. "Ou seja, ele ocupa mais espaço, porque, com o aumento da temperatura, as moléculas ficam mais agitadas e o espaço entre elas aumenta", afirma o químico Jorge Masini, da USP. A questão lembra um pouco outra armadilha clássica, que pergunta: que pesa mais, 1 quilo de ferro ou 1 quilo de penas? Neste caso, é claro, ambos pesam a mesma coisa. A diferença é que o ferro, mais denso, ocupa um volume bem menor do que as penas. Com a água, acontece a mesma coisa. Como o litro não é uma medida de peso, mas sim de volume, um líquido mais denso sempre vai ocupar menos espaço. Na prática, 999,973 gramas de água a 4 °C completam 1 litro. Com o mesmo líquido a 30 °C, bastariam 995,944 gramas: uma significativa diferença de 4 gramas.
Porque o copo de cristal emite som quando passamos o dedo em sua borda?
Porque, ao ser esfregado, o copo vibra como uma corda de violino. O segredo está em um dos seus componentes: o chumbo. O metal, além de dar brilho a esse tipo especial de vidro, consegue deixá-lo mais firme. Assim, em vez de o copo de cristal absorver a maior parte da energia provocada pelo atrito com o dedo, como faz um copo comum, acaba devolvendo parte dessa energia em forma de som. A sonoridade é tão agradável que é possível fazer música usando vários copos. Um exemplo célebre está no filme E La Nave Va (1983), do diretor italiano Federico Fellini, em que uma dupla de músicos toca uma melodia usando dezenas de cristais com água. "Quando variamos o nível da água, alteramos as condições de ressonância do copo. Fazemos com que ele vibre em freqüências, ou notas, diferentes", diz o físico Cláudio Furukawa, da USP.As propriedades musicais do objeto seduziram o político e inventor americano Benjamin Franklin. Em 1761, ele criou um tipo de piano no qual vários copos de cristal faziam as vezes das cordas, produzindo notas diferentes.
Qual é o peso da luz?
O assunto é controverso, afinal luz não é algo material que você possa pegar um punhado e botar na balança. Mas, em artigo recente, a astrofísica americana Laura Whitlock, da Nasa, disse que um fóton (uma partícula de luz) deve pesar algo em torno de 4 x 10-48 grama, ou seja, 0,000000000000000000000000000000000000000000000004 grama. Mas isso está longe de ser a palavra final sobre o tema. "Luz não tem peso", diz o físico Ernesto Kemp, do Instituto de Física da Unicamp. O artigo da astrofísica da Nasa não deixa muito claro como ela chegou ao número apresentado, mas certamente seguiu as mesmas idéias dos cientistas que defendem o tal peso da luz. "Eles pegam a clássica equação de Einstein que diz que a energia é igual a massa vezes a velocidade da luz ao quadrado (E = mc2) e misturam com outra que mede a quantidade de energia eletromagnética de um corpo", afirma Ernesto Kemp. Esse malabarismo envolvendo a famosa definição matemática de energia de Einstein pode ser exagerado, mas, de fato, o físico alemão tem tudo a ver com o assunto. Seus estudos sobre as características dos fótons - quando definiu que eles possuem, ao mesmo tempo, aspectos de onda eletromagnética e de partícula - lhe deram o Prêmio Nobel de Física em 1921.
Como é obtida a energia que fas o nosso corpo funcionar?
A energia é obtida dos nutrientes dos alimentos, como a glicose, as proteínas e os carboidratos. Para começo de conversa, energia não é nenhuma molécula: é a capacidade que nosso corpo tem de realizar trabalho, ou seja, fazer força ou provocar deslocamentos. Mas, para que um pedacinho do pão nosso de cada dia vire energia, não basta que seja engolido, mastigado e digerido. Ele tem que ser quebrado em moléculas pequenas, que possam ser absorvidas pelas células. A glicose é a principal dessas moléculas. Os seres humanos, durante o processo evolutivo, conseguiram usar melhor a glicose que vem dos alimentos, retirando dela o máximo de energia. As bactérias, por exemplo, obtêm só 4% do seu potencial, enquanto o corpo humano transforma em trabalho 30% da energia que consome, o mesmo que um automóvel. O restante da glicose vai para a manutenção das atividades vitais do organismo, como batimentos cardíacos e sinapses cerebrais. Por isso, temos que abastecer nossa “máquina” várias vezes ao dia. Só não vale sair por aí assaltando a geladeira. Para funcionar bem, uma pessoa deve consumir, em média, 30 calorias por quilo de seu peso. Uma pessoa com 64 quilos, por exemplo, deve fazer uma dieta diária de cerca de 2 mil calorias. GLICOSE NA VEIA Molécula funciona como combustível e é quebrada até virar energia para o corpo 1- Como um pedaço de pão é milhões de vez maior que uma célula, o primeiro passo é quebrá-lo em porções cada vez menores, os carboidratos, através da mastigação e da digestão. Isso acontece até que o carboidrato seja reduzido à sua menor unidade: a glicose. No intestino delgado, ela é absorvida pelo sistema venoso, segue para o fígado, tecidos periféricos e finalmente à célula. 2- A glicose entra no citoplasma, a porção aquosa da célula, e sofre sua primeira divisão. Uma molécula de glicose dá origem a duas de ácido pirúvico. Em bactérias, a respiração termina aqui – por isso o aproveitamento energético delas é bem menor. 3- Os ácidos pirúvicos seguem para a mitocôndria, organela responsável pela respiração celular. Para obter mais energia, começa o ciclo de Krebs, uma seqüência de reações. Nessa fase, o ácido perde hidrogênios, que vão para outras moléculas, e carbonos. Estes se ligam ao oxigênio disponível na célula, gerando CO2,que sai na respiração. No fim do ciclo, todos os carbonos da glicose viram CO2. 4- Os hidrogênios que saíram da 5 molécula de ácido pirúvico tendem a se ligar ao oxigênio da respiração. Ao se unirem na crista da mitocôndria, hidrogênio e oxigênio formam a famosa molécula de H2O. Parte dessa água é eliminada, e outra parte fica dentro da célula atuando nas reações químicas e ajudando a formar o citoplasma. 5- Mas sobram alguns íons H+, que são atraídos para o lado interno da membrana, que está carregado de íons negativos. Para isso, eles passam por um caminho específico, uma espécie de “turbina” em forma de guarda-chuva, a ATP-sintase, que gira e liga um fosfato, que já está na célula, a um ADP, que também está por ali, formando o ATP, que fica livre para participar de outras reações nas nossas células. 6- Uma das reações que usa energia é a contração muscular. Duas das proteínas do músculo fazem as contrações: a actina e a miosina. A miosina liga-se ao ATP vindo da mitocôndria, e curva-se sobre a actina. O ATP então se quebra, liberando um fosfato e um ADP, que ficam livres para ser recarregados novamente. Assim, a actina e a miosina deslizam uma sobre a outra, realizando o movimento. Para que as duas se soltem e o músculo relaxe, é preciso que outro ATP se ligue à miosina, desligando as duas proteínas. CONTA ENERGÉTICA Para onde vai a energia que o corpo produz* CÉREBR0 – 19% As sinapses (comunicação entre os neurônios) consomem a maior parte da energia. Como tem pouco glicogênio de reserva, o cérebro pode sofrer danos graves quando falta glicose, mesmo que por um breve intervalo de tempo.MÚSCULOS ESQUELÉTICOS – 18% As contrações musculares demandam muita energia. Em atividades físicas intensas, os músculos utilizam o glicogênio, que armazenam em grande quantidade. CORAÇÃO – 7% O coração depende muito da energia imediata da glicose. Por isso, as mitocôndrias são mais abundantes no músculo cardíaco do que no esquelético. BAÇO E FÍGADO – 27% É principalmente no fígado que nosso estoque energético – o glicogênio – está armazenado. É dele que retiramos a energia enquanto dormimos, por exemplo.RINS – 10% A maior parte dessa energia é usada para a produção de urina. O restante é utilizado para fabricar hormônios ou eliminar toxinas.RESTO DO CORPO – 19% BATERIA CARREGADA O ATP, ou adenosina trifosfato, é como uma bateria: carrega e descarrega a cada vez que os H+ movem a “turbina”. Mas o que o ATP tem a ver com o pãozinho? Cada vez que 1g de glicose é queimado, 4 calorias são liberadas, recarregando milhares de ATPs. Para assistir uma hora de aula, por exemplo, seu corpo consome cerca de 126 calorias, ou seja, pelo menos 30g de carboidratos são necessários, o que corresponde a um pão. CONSULTORIA: MARITSA BORTOLI, NUTRICIONISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA USP; CLÁUDIO FURUKAWA, FÍSICO DA USP; MARISA FERNANDES E VILMAR BALDISSERA, DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS *DADOS DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA MÉDICA DA UNIVERSIDADE DE NOTRE DAME, EM INDIANA, EUA
Por quanto tempo o gás carbônico permanece no ar?
Segundo um estudo recente feito por pesquisadores da Universidade de Victoria, no Canadá, o gás carbônico (CO2) permanece na atmosfera por cerca de 1?800 anos. Mas o número está longe de ser um consenso entre os cientistas. Na verdade, o número é bem maior do que as estimativas anteriores, que apontavam que o gás ficava no ar por, no máximo, 400 anos. Segundo os pesquisadores da universidade canadense, a diferença ocorreu porque os estudos anteriores não consideravam o efeito do aquecimento na superfície dos oceanos. O CO2 é o principal gás causador do efeito estufa, juntamente com o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs). Esses gases formam uma espécie de redoma de vidro sobre a Terra, deixando entrar a luz solar, mas aprisionando o calor refletido pela superfície. O CO2 é o mais prejudicial por ser o mais abundante, respondendo por cerca de 70% da quantidade total de gases-estufa. Segundo o relatório Combater as Alterações Climáticas: Solidariedade Humana em um Mundo Dividido, divulgado em novembro de 2007, Estados Unidos e China são os maiores emissores de CO2 do planeta. O Brasil é o 16º desse ranking, mas, de 1990 até hoje, as emissões brasileiras bombaram: aumento de 58%, principalmente em função do desmatamento da Amazônia, que, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud), é o principal responsável pelo CO2 que emitimos :-)
Porque estourar uma bexiga ou um saquinho com ar fas tanto barulho?
or que estourar uma bexiga ou um saquinho com ar faz tanto barulho?
A bexiga cheia tem altas pressão interna e energia elástica (que faz com que ela volte a ficar murcha). Ao abrir uma fresta na boca da bexiga, o ar sai aos poucos e a energia é liberada suavemente. Já quando espetamos uma agulha, a energia é liberada toda de uma vez! Assim, o furo inicial se amplia e o ar que estava ali dentro apertado, louco pra sair, se expande de repente! Essa expansão abrupta provoca uma forte vibração do ar, que viaja a cerca de 340 m/s até nossos ouvidos, onde a vibração do tímpano transforma o ar em som! :-D
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