sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O que aconteceu antes do big-bang


por Victor Bianchin

Não existe uma teoria comprovada, e o mais provável é que ainda leve muito tempo para descobrirmos. Isso porque o próprio conceito do big- bang (“grande explosão”) ainda é polêmico. Ele estipula que o Universo surgiu de um ponto (ou “singularidade”) sem volume, mas com densidade e temperatura monstruosos, quase incalculáveis. Para completar, diz ainda que as leis da física conhecidas não se aplicariam no seu caso. Por causa disso, muitos cientistas duvidam da Teoria do Big-Bang e sugerem outros modelos para a formação do Universo. Entre os que acreditam que a grande explosão tenha existido, porém, a teoria M é uma das mais aceitas para explicar o que havia antes de tudo. :-P

NA PRÁTICA, A TEORIA É OUTRA
Veja como cada corrente teórica tenta explicar o Universo antes do big-bang

GRANDE ACIDENTE (1969)
Nosso Universo é composto de uma série de forças que se anulam. A energia resultante é zero. Se o Universo é um zero absoluto, nada é preciso para originá-lo! É o que dizem os acidentalistas: antes do Universo não havia tempo, espaço ou matéria. Por acidente, uma “flutuação” nessa espécie de vácuo originou o nosso Universo. Seu formulador foi o físico Edward P. Tryon, do Hunter College (EUA).

TEORIA M (1995)
Existem universos paralelos ao nosso. O big-bang teria sido resultado do choque entre dois deles: a energia da colisão teria gerado a matéria e a energia em nosso Universo. E mais: o big-bang pode ter sido apenas o último choque de uma série, sendo que os universos deverão se colidir de novo no futuro. Seus formuladores foram os adeptos da Teoria das Supercordas e professores da Universidade de Princeton (EUA),

GRAVIDADE QUÂNTICA EM LOOP (2007)
Existia antes um outro universo, que encolheu gradativamente até um minúsculo ponto, que então sofreu o big-bang e virou o Universo atual. E nós estamos fadados ao mesmo destino: nosso Universo irá crescer até certo tamanho, então começará a diminuir até que não possa mais encolher e vire um universo novo. Pesquisador: Martin Bojowald, da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA) e seguidores.

FLECHA DO TEMPO (2008)
Nosso Universo teria “pipocado” dentro de um universo mãe feito de um tipo de vácuo gigante. Na verdade, esta teoria tenta explicar por que o tempo só anda em uma direção: porque foi ordenado assim desde o começo. Fora de nosso Universo, porém, as leis da física relacionadas ao tempo poderiam ser diferentes. Foram os cientistas da Sociedade Astronômica Americana e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) que bolaram essa teoria.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Como se forma o tártaro nos dentes?

Tudo começa com uma mistura de proteínas e outros componentes da saliva que se depositam sobre a superfície do dente. Com o tempo, forma-se uma camada viscosa, chamada película adquirida, sobretudo na região de encontro do dente com a gengiva. Presentes naturalmente na boca, bactérias logo grudam nessa película. À medida que vão se alimentando dos restos de comida, essas bactérias se multiplicam, formando a placa bacteriana. Se o dente for bem escovado, a placa é removida e você nem precisa se preocupar com o passo seguinte. Porém, com 12 horas sem escovação, os ácidos gerados pelas bactérias já desgastam elementos do esmalte do dente, entre eles o fosfato. Esse fosfato reage com íons de cálcio presentes em alguns alimentos. Essa reação resulta em cristais de fosfato de cálcio, que vão colando sobre o dente, junto com outros minerais. Com o passar do tempo, esses minerais vão se acumulando uns sobre os outros e - voilà! - eis o tártaro, todo amarelão. Embora não seja nocivo por si só, o acúmulo excessivo do tartaro acaba pressionando e irritando a gengiva, que fica mais vulnerável a gengivites e outras doenças. A esta altura, o "pedregulho" do tártaro é uma estrutura tão rígida que tentar removê-lo na base do escova-escova é totalmente inútil. Aí, meu caro, a única solução é ir até o dentista para fazer uma raspagem da craca.

É possível transplantar um órgão mais de uma vez?

Teoricamente, é possível que um órgão já transplantado seja doado novamente, mas é muito raro acontecer. A primeira dificuldade é estatística: um órgão só serve para o transplante se for retirado de um doador monitorado no leito de morte até o diagnóstico de morte cerebral - o que rola em 1% dos óbitos. Isso ajuda a explicar por que a oferta anual de corações para transplante no Brasil, por exemplo, é de cerca de 200. Ou seja, para ser passado adiante mais de uma vez, o órgão precisaria "sobreviver" a duas mortes cerebrais. Para complicar ainda mais, o órgão precisaria estar em boas condições para o repeteco, o que raramente ocorre devido à rejeição que ele sofre no novo organismo. É por isso que há tão poucos casos de "retransplantes" registrados na literatura médica. Um dos mais recentes aconteceu na Alemanha, em 1995: o paciente recebeu um fígado novo, mas morreu de hemorragia no dia seguinte e passou o órgão para a frente, 12 horas depois. No Brasil, o que mais se aproximou de um "retransplante" foi, na verdade, um transplante em dominó que rolou no Recife, em 2003: uma pessoa que não podia andar por uma doença ligada ao fígado recebeu um transplante e doou o fígado dela a um paciente terminal, mais novo, que não desenvolveu a doença. :-%

- Como a gripe se espalha pelo mundo?

A diferença principal é que a gripe pode matar e o resfriado, no máximo, pode te deixar meio caidão. A sabedoria popular costuma dizer que a gripe é um estágio avançado do resfriado, mas isso é um tremendo engano. Gripe e resfriado são infecções distintas, causadas por tipos de vírus bem diferentes: a gripe é causada por um tipo específico de vírus (o influenza), enquanto o resfriado pode ser desencadeado por vários tipos de vírus. Os sintomas iniciais são bem parecidos - nariz entupido e dores no corpo, principalmente –, mas a gripe logo se diferencia: além de produzir dores mais intensas, gera náuseas, febre, congestionamento das vias respiratórias e comprometimento do sistema imunológico, o que pode abrir espaço para problemas mais graves, como a pneumonia. O resfriado, pelo contrário, não costuma ir além de dores leves, tosse, espirros e coriza no nariz. Muitas vezes, inclusive, resfriado é confundido com crise de rinite alérgica. "Ninguém perde uma festa ou um dia de trabalho por causa de um resfriado. Se você tiver que ficar de cama, é gripe!", diz o pneumologista Clystenes Soares, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Não há um exame que consiga detectar se você está gripado ou resfriado, mas, depois de 24 horas, os sintomas já deixam claro a gravidade do problema. Nos dois casos, repouso é uma ótima dica, tanto para evitar que a infecção fique mais forte, quanto para poupar seus colegas, já que tanto gripe quanto resfriado são transmitidos pelo ar e pelo contato.

sábado, 3 de outubro de 2009

Brasileiros pesquisam droga com potencial para tratar Aids e tumores

O G1 publica abaixo, com exclusividade, íntegra de reportagem da 2ª edição da revista “Unesp Ciência”. A publicação, mensal, foi lançada em setembro. Tem 48 páginas e tiragem de 25 mil exemplares. “Unesp Ciência” é uma iniciativa da Universidade Estadual Paulista que traz reportagens sobre os grandes temas da ciência mundial e nacional e sobre as pesquisas mais relevantes que estão sendo realizadas na instituição, em todas as áreas do conhecimento. Leia a íntegra da reportagem:
As multinacionais farmacêuticas costumam propagandear que o custo do desenvolvimento de um novo remédio é da ordem de US$ 800 milhões. Noves fora perdas com fracassos e todo o gasto com marketing colocados nessa conta (que muitos dizem ser, na verdade, a maior parte), ainda é um valor que torna o desenvolvimento de fármacos originais uma atividade praticamente possível apenas às multinacionais de países ricos. Ao menos essa é a noção que se costuma ter.

Uma história bem diferente está sendo contada por um grupo de cientistas brasileiros. De modo alternativo, sem apoio do governo ou da indústria, eles subverteram o modelo tradicional de pesquisa farmacológica e desenvolveram um composto 100% nacional, com potencial para tratar infecções virais (incluindo a aids), não-virais (tuberculose e malária) e tumores, a um custo estimado de US$ 10 milhões.

A diferença impressionante de valor é só o resultado mais prático de um longo processo de persistência, com erros, acertos, diversas portas na cara, desistências e retomadas que se estende desde a década de 1950, quando um médico de Birigui (noroeste de São Paulo) intrigado com fungos começou a testá-los na esperança de encontrar uma cura para o câncer.